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TROVOADA
Esta é uma reprodução do conteúdo da 5ª edição da newsletter Indústrias Tiago. Caso queira assinar a newsletter é só descer até o rodapé da página 😉
Terça, 28 de julho de 2020
TROVOADA
Nas últimas semanas tenho revisitado trabalhos antigos, que fiz para mim, sem nenhum objetivo muito claro. Algumas ilustrações, postêres e até algumas ideias que nunca saíram do papel.
Uma dessas ideias é um conceito que devo ter pensado pelos idos de 2016 e, no momento em que percebo que eu posterguei essa ideia por 4 anos, acho que eu acabo contradizendo a edição #3 dessa newsletter. O fato é, que essa ideia talvez tenha nascido ambiciosa demais e querendo dar um passo maior do que suas perninhas de ideia bebê, por isso ela tinha tanta dificuldade de tomar forma de algo executável na minha cabeça.
Na verdade, para ser justo com essa ideia, ela já tomou uma forma material uma vez. Ela nasceu quando comecei minha faculdade de design gráfico e deu nome a um projeto que tive que fazer para uma das cadeiras. Nesse projeto, tínhamos que desenvolver uma zine. Pelo que me lembro, não tínhamos nenhum tema específico para seguir, então recheei ela com críticas pouco desenvolvidas sobre esse sistema de vida que me causa estranhamento até hoje. Quando estava tudo pronto, eu não sabia do que chamar meu pequeno ato de revolta, até que um nome sonoro e retumbante surgiu: TROVOADA!
E daí tudo começou a se encaixar. A mensagem que eu queria passar através de imagens em páginas xerocadas, soava muito bem quando vista em paralelo com um trovão que ecoa, balança e alcança distâncias longínquas, até que não é mais ouvido. Ainda assim, o trovão pertence a algo maior, ele é o resultado de um raio que caiu, ele é um sinal de que algo muito potente aconteceu e ressoa essa potência no máximo de lugares que ela permitir. Ele também, muitas vezes, premedita a tempestade, avisando o que está por vir.
Bom, depois de toda essa viagem no que essa palava representa, eu entreguei meu projeto para a professora e tirei uma boa nota, mas essa ideia ficou ecoando na minha mente. Em algum momento, pensei em como todos nós temos ideias que nos atingem como raios e queremos que elas ressoem para o resto do mundo, como um trovão!
A TROVOADA passou, então, a querer coletar essas ideias e pensamentos (dos mais profundos, aos mais simples) de diversas pessoas e, aí, repassá-los para diversos artistas reinterpretarem e ressignificarem essas ideias. Após, as artes criadas seriam compiladas, milhões de cópias seriam impressas em formato de zine e sairiam como trovões por aí, levando as reflexões de pessoas anônimas nas suas páginas.
Eu sempre tive vontade de levar isso adiante, mas acabava criando empecilhos e atravancamentos. Hoje, pensando em executar meus projetos de maneira simples, para depois ir adicionando complexidades, reformulei um pouco a TROVOADA para ela ser um pouco menos ambiciosa. Eu vou começar coletando ideias de pessoas mais próximas e, por hora, as artes vão ser criadas somente por mim. Isso vai me permitir sentir como é fazer a TROVOADA na prática e me dar muito mais perspectiva do que esse projeto pode ser.
Aproveitando a deixa, se você quiser responder esse e-mail (ou me chamar em alguma rede social) com um pensamento que queira ver sendo trovoado eu ficaria muito feliz e vai me ajudar a tirar a TROVOADA do papel (ou finalmente colocar ela nele). Pode ser uma ideia boba, uma declaração de amor, uma reflexão, um sonho, uma mensagem de raiva, um grito de êxtase, uma confissão, algo que você queria ter dito mas não disse, enfim, o que você quiser…
Ah! Todos os pensamentos coletados, vão entrar de forma anônima no projeto final.
Como esse texto não teve uma lista, pedi para minha mãe qual é a lista de compras dela para amanhã. Aqui está ela, com emojis reagindo a cada um dos itens:
- Arroz 😤
- Banana 📦
- Músculo 🥑
- Bergamota 🥴
- Alface 🉑
- Cenoura 🧨
O que eu ando fazendo
Lendo – On the Road, do Jack Kerouac. Estou demorando mais do que gostaria para ler, passei alguns dias meio para baixo e foi difícil embalar na leitura de um livro tão frenético.
Assistindo – Nesse final de semana, assisti Comandante Arian, um documentário sobre mulheres curdas que combatem na linha de frente o ISIS. Um olhar sensível, de cuidado e carinho em meio a uma realidade de guerra e destruição na Síria. Disponível para todos no Libreflix.
Ouvindo – Recentemente trombei com o álbum Universo do Canto Falado do RAPadura. Uma mistura genial de rap com ritmos nordestinos.
Cantinho dos links
Libreflix – Uma plataforma de streaming aberta e colaborativa. Com diversas produções independentes. Tem documentários incríveis lá, além do já citado Comandante Arian, também recomendo Vivir La Utopia.
Para quem curtiu a última news sobre sanduíches, explorei um pouco mais sobre eles no meu Instagram.
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