🧰 tiago gasperin

Sobre não saber onde quero chegar

Esta é uma reprodução do conteúdo da 3ª edição da newsletter Indústrias Tiago. Caso queira assinar a newsletter é só descer até o rodapé da página 😉

Quinta, 25 de junho de 2020

Sobre não saber onde quero chegar

Eu sempre fui criterioso com minhas criações. Tinha a necessidade de ter tudo planejado antes de tirar elas do papel, principalmente se fossem criações pessoais (e não para a faculdade ou algo do tipo). Eu queria ter um percurso planejado, saber que o fim delas seria digno e grandioso.

Entretanto, tenho passado por um processo interessante. Eu estou assumindo para mim mesmo que eu não sei onde quero chegar e isso me libera de certo peso na hora da criação.

Criar algo, a partir de algumas linhas delimitadoras base, mas sem ter um lugar ou um grande objetivo final definido, me permite testar muito mais rápido minhas ideias e tirar elas do plano da minha cabeça, materializando elas.

É quase um método de prototipação rápida. Lembro de ver isso em aulas da cadeira de Design Thinking e me remete aos discursos de empreendedores de startups: Falhe rápido, para poder saber o que melhorar o quanto antes no seu produto (ou algo assim).

Agora, não me entenda errado, eu acho que esse discurso é danoso de diversas maneiras, além de buscar uma produtividade desenfreada para sustentar um sistema injusto. Contudo, ando pensando sobre não rejeitar completamente os métodos das ideologias que não concordo. Acredito que o roubo, apropriação e ressignificação deles pode ser muito eficaz para criar possibilidades no meio do caos, criar uma realidade alternativa onde eles sejam usados de maneira sensível e responsável.

Voltando ao assunto de criar rápido e sem grandes planos, é o caso dessa newsletter. O nome que dei originalmente para esse projeto foi “Newsletter pessoal ou sobre o que nem sei onde quero chegar”, ele nasceu de uma vontade estranha e que, se eu tornasse complexa demais ou visionária demais, ela possivelmente nunca sairia do papel. Materializar as ideias antes delas estarem completamente delimitadas, me permite enxergar elas melhor e com mais clareza, além de me trazer aquela sensação gostosa de estar fazendo algo concreto.

Enfim, esses são alguns pensamentos sobre como estou pensando minhas criações e meus métodos nos últimos tempos. Talvez no futuro isso tudo mude e eu volte a querer planejar todos os detalhes, mas até lá isso que descrevi tem me servido.

Se você se sentir a vontade, responde esse e-mail e me conta se isso que descrevi faz sentido pra ti ou quais os teus métodos pra levar projetos para frente!


Como o texto de hoje não envolveu uma lista, ela vai ser uma sessão a parte:

Review de comidas

  • Sanduíche: Formato polêmico, para mim vale tudo
  • Brigadeiro: Sobremesa superestimada
  • Algodão doce: Sobremesa superestimada
  • Amendoim: Perfeição em forma de pequenos grãos
  • Amendoim torrado: Perfeição em forma de pequenos grãos torrados
  • Amendoim torrado sem pele: Perfeição em forma de pequenos grãos torrados sem pele
  • Feijão: Comeria todos os dias em todas as refeições
  • Azeitona: Só funciona em combinações específicas
  • Tomate: Só funciona em combinações específicas
  • Alho: Tristeza por não poder comer sem exalar um forte odor durante 24 horas seguidas
  • Melancia: Comeria todos os dias em todas as refeições
  • Cáqui: Só funciona enquanto está duro
  • Limão: Precisamos absorver mais a sabedoria dele

O que eu ando fazendo

Lendo – Essa semana, terminei de ler “Cem Anos de Solidão” do Gabriel García Márquez. Grande livro, me fez navegar por muitas emoções diferentes. Acompanhar a linhagem dos Buendía durante 100 anos é uma experiência incrível e de uma melancolia enorme. Os personagens, apesar de terem muitos nomes repetidos, são incrivelmente marcantes e únicos.

Assistindo – Recentemente assisti “Nada Ortodoxa”. Um original Netflix sobre pertencimento e entender o lugar que queremos estar no mundo. Quatro episódios de 50 minutos, para ver num final de semana.

Ouvindo – Duas recomendações: Ave Sangria, uma banda que surgiu na época da ditadura, gravou um álbum e sumiu (eles voltaram recentemente mas o álbum antigo e homônimo é precioso). A outra recomendação, é o álbum Japanese Food do Giovani Cidreira, descobri ele por acaso nos stories da minha amiga Ana Azul e amei muito.


Rasterbator Gerador de pôsteres em tamanhos grandes. Para quem gosta de cartazes lambe lambe, é uma mão na roda.

Randonautica Um bot (possui um app também) que gera coordenadas aleatórias nos arredores de sua localização. O gerador é verdadeiramente aleatório pois se baseia em medições de partículas quânticas. É interessante a experiência de quebrar os trajetos que você já tem definidos na vida.


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